Brasil busca o hexa e tenta encerrar maior jejum na história da Copa do Mundo Sub-20
Com cinco títulos conquistados, mas sem vencer desde 2011, o Brasil encara o maior jejum de sua história na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA. Tradição na categoria, a seleção busca reconquistar o protagonismo que serve de vitrine para a equipe principal e base para os Jogos Olímpicos.

Brasil busca o hexa e tenta encerrar maior jejum da história na Copa do Mundo Sub-20 da FIFA
A seleção brasileira masculina Sub-20 entra na próxima edição da Copa do Mundo da FIFA com uma missão simbólica e estratégica: conquistar o hexacampeonato e, ao mesmo tempo, colocar fim ao maior jejum de títulos da equipe na história da competição. Com cinco troféus em sua galeria — conquistados em 1983, 1985, 1993, 2003 e 2011 — o Brasil completa, em 2025, 14 anos sem levantar a taça, o maior intervalo entre conquistas desde a primeira participação no torneio.
Uma potência em formação
A Copa do Mundo Sub-20 sempre teve papel central no desenvolvimento do futebol brasileiro. Considerada a principal vitrine internacional para jovens talentos, a competição já revelou ao mundo nomes como Romário, Bebeto, Dunga, Ronaldinho, Kaká, Philippe Coutinho e Casemiro — todos com passagens marcantes pela seleção principal.
O Brasil é uma das seleções mais bem-sucedidas da história da competição. Além dos cinco títulos, possui quatro vice-campeonatos (1989, 1991, 1995 e 2009) e várias participações nas fases finais. No entanto, desde o título na Colômbia, em 2011, a equipe enfrenta campanhas irregulares, incluindo eliminações precoces e ausências em edições do torneio, como aconteceu em 2017 e 2019.
O peso do jejum
A ausência de títulos nas últimas edições acende o alerta. Embora o Brasil continue sendo referência mundial na formação de atletas, o desempenho recente na categoria Sub-20 evidencia um momento de transição e desafios estruturais. O futebol de base tem sido alvo de críticas quanto à metodologia de trabalho, à falta de continuidade nos projetos técnicos e à perda de talentos para o exterior cada vez mais cedo.
Além disso, países como França, Inglaterra, Senegal, Coreia do Sul e Estados Unidos têm investido pesado na formação de jovens, tornando a disputa cada vez mais equilibrada e reduzindo a margem de erro das seleções tradicionais.
Base da equipe olímpica
Outro fator que reforça a importância da Copa Sub-20 é sua ligação direta com os Jogos Olímpicos. A competição serve como laboratório natural para a montagem da seleção olímpica — categoria Sub-23 — que disputará os próximos jogos em Los Angeles, 2028. Muitos dos jogadores que hoje disputam a Sub-20 serão a espinha dorsal do grupo olímpico nos próximos ciclos.
Historicamente, o Brasil tem utilizado o torneio como etapa crucial para avaliar atletas em contexto de alta pressão, simular situações de competição internacional e observar a maturidade emocional e tática dos jovens talentos.
Oportunidade para uma nova geração
Com uma nova safra promissora surgindo, a expectativa é que o Brasil volte a apresentar um futebol competitivo, técnico e mentalmente forte. Nomes como Estevão (Palmeiras), Matheus Nascimento (Botafogo), Luiz Guilherme (Brentford), Rayan (Vasco), entre outros, são observados com atenção tanto pela comissão técnica quanto por clubes internacionais.
O técnico da equipe, que ainda será confirmado oficialmente pela CBF para o novo ciclo, terá o desafio de equilibrar talento e disciplina, mantendo a identidade do futebol brasileiro com o pragmatismo exigido pelas competições de base no cenário atual.
A missão: retomar o protagonismo
A busca pelo hexa não é apenas uma questão de número, mas de reafirmação de identidade e excelência na base. O Brasil quer — e precisa — retomar o protagonismo mundial nas categorias inferiores, não só como celeiro de craques, mas como uma seleção competitiva, organizada e capaz de transformar potencial em resultados concretos.
O ciclo de 2025 será decisivo para isso. O hexacampeonato na Copa do Mundo Sub-20, se vier, significará mais do que uma taça: será o marco da reconstrução da confiança, da volta à elite e da reafirmação do país como berço do futebol-arte com estrutura e estratégia.
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