Maduro desafia ultimato de Trump e vê pedidos rejeitados pelos EUA, revela agência

Nicolás Maduro ignorou o prazo imposto por Donald Trump para deixar a Venezuela e teve seus pedidos de anistia e retirada de sanções recusados pelo governo americano. Conversa entre os líderes, segundo fontes citadas pela Reuters, expôs exigências e tensões que aprofundam o isolamento do regime venezuelano.

Dezembro 2, 2025 - 11:14
Maduro desafia ultimato de Trump e vê pedidos rejeitados pelos EUA, revela agência
By Pederico Parra /AFP

Maduro desafia ultimato de Trump e vê pedidos rejeitados pelos EUA, revela agência

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deixou expirar o ultimato de uma semana dado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que ele abandonasse o poder e deixasse a Venezuela. O prazo, que terminou na sexta-feira (28), foi revelado pela agência Reuters e confirmado por quatro fontes com conhecimento direto da conversa telefônica entre os dois líderes.

Segundo a reportagem, o ultimato foi comunicado em 21 de novembro, durante uma ligação marcada por tensões e pedidos mútuos. Maduro teria sinalizado disposição para deixar o país, mas somente sob condições específicas — amplamente consideradas inaceitáveis pela Casa Branca.

Maduro pediu anistia total e suspensão de sanções

De acordo com três das fontes consultadas pela Reuters, Maduro teria afirmado que abandonaria a Venezuela se recebesse anistia legal plena para si e sua família, além de:

  • Fim imediato das sanções econômicas impostas pelos EUA;

  • Encerramento de um processo contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI);

  • Garantias de segurança pessoal durante e após sua saída.

Trump, no entanto, rejeitou todas as condições, insistindo que Maduro deveria renunciar sem negociações extensas — algo que o líder venezuelano considerou impossível sem salvaguardas.

Ultimato ignorado aprofunda crise diplomática

Ao não cumprir o prazo, Maduro sinaliza que não pretende ceder à pressão americana, reforçando seu discurso interno de resistência ao que chama de “interferência estrangeira”. A recusa dos EUA em abrir espaço para concessões indica que Washington continua apostando em forte pressão política e econômica como estratégia para fragilizar o regime venezuelano.

Especialistas avaliam que o episódio evidencia o isolamento crescente de Maduro, que enfrenta pressões internas, colapso econômico e desgaste internacional. A tentativa de negociar sua saída — mesmo que rejeitada — indica, segundo analistas, um possível reconhecimento da fragilidade de sua posição.

EUA mantêm postura rígida e descartam concessões

O governo americano teria considerado os pedidos de Maduro “inaceitáveis” e avaliou que aceitar tais condições abriria precedente perigoso para líderes acusados de violações de direitos humanos e corrupção. Fontes ouvidas pela Reuters afirmam que Trump buscou deixar claro que não haveria barganha, apenas saída imediata.

O episódio, embora mantido em sigilo até agora, ajuda a explicar a escalada de tensões recentes entre Caracas e Washington, com novos anúncios de sanções e declarações públicas cada vez mais duras.

Cenário permanece incerto

A revelação de que Maduro tentou negociar garantias para deixar o país reacende discussões sobre sua real situação política e sobre a capacidade de resistência do regime. Enquanto isso, a Venezuela segue mergulhada em crise econômica, hiperinflação e migração em massa.

Com o fracasso da tentativa de acordo e o ultimato ignorado, o futuro das relações entre Caracas e Washington tende a se tornar ainda mais imprevisível — e potencialmente mais turbulento.

Qual é sua reação?

like

dislike

love

funny

angry

sad

wow