Filipinas ainda vive o terror deixado pelo supertufão que expulsou 1 milhão de pessoas de suas casas
O supertufão que atingiu as Filipinas deixou um rastro de destruição e medo. Ventos acima de 300 km/h e ondas gigantes de mais de 12 metros devastaram cidades inteiras, forçando 1 milhão de pessoas a fugir às pressas de suas casas. Dias após a passagem da tempestade, o país ainda vive sob o terror das inundações, dos desaparecidos e da incerteza sobre o futuro.
Filipinas sob o caos: o medo que ficou após o supertufão mais destrutivo da década
As Filipinas amanheceram em silêncio, um silêncio cortado apenas pelo som das sirenes, dos helicópteros e das ondas que ainda batem com força contra o litoral devastado.
O país enfrenta as consequências do supertufão mais violento dos últimos dez anos, que atingiu o arquipélago com ventos que ultrapassaram os 300 km/h, provocando ondas gigantes de até 12 metros e arrastando cidades inteiras.
Mais de 1 milhão de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. Milhares continuam desaparecidas.
Em algumas regiões, as autoridades descrevem um cenário “semelhante a uma guerra”: estradas destruídas, linhas de energia arrancadas e comunidades inteiras isoladas.
“O mar simplesmente veio e engoliu tudo — as casas, as pessoas, os animais. Nunca vi nada igual”, contou em lágrimas Maribel Santos, moradora de Leyte, uma das províncias mais atingidas.
Uma noite de terror: “o vento gritava como se fosse vivo”
O supertufão — batizado de Karding — atingiu as Filipinas durante a madrugada, pegando milhares de famílias de surpresa.
O vento era tão forte que dobrava postes de ferro e arrancava telhados como papel.
A chuva, incessante, fez os rios transbordarem em questão de minutos.
“O vento gritava como se fosse vivo. Parecia que o céu estava desabando sobre nós”, descreveu o pescador Luis Mendoza, que perdeu sua casa e seu barco.
As equipes de resgate relatam que muitos morreram afogados tentando fugir das ondas, que invadiram o interior com velocidade impressionante.
1 milhão de desabrigados: uma nação em fuga
De acordo com o Conselho Nacional de Gestão de Desastres, cerca de 1 milhão de pessoas foram evacuadas para abrigos improvisados — escolas, igrejas e ginásios esportivos transformados em centros de emergência.
Mas, mesmo longe do mar, o medo ainda domina.
A energia elétrica foi cortada em 11 províncias, a comunicação é precária e há relatos de saques e desespero em regiões isoladas.
O governo filipino declarou estado de calamidade nacional e pediu ajuda humanitária internacional.
“Precisamos de água, comida e medicamentos. As crianças estão doentes e o calor é insuportável”, relatou uma voluntária da Cruz Vermelha local.
Ondas colossais e destruição: imagens chocantes
Imagens de satélite e vídeos capturados por moradores mostram a magnitude da tragédia:
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Ondas do tamanho de prédios de quatro andares engolindo vilas costeiras;
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Navios virados como brinquedos nas praias;
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Famílias inteiras sobre telhados, acenando por socorro.
Especialistas dizem que o impacto do tufão é comparável ao do devastador Haiyan (Yolanda), que em 2013 matou mais de 6.000 pessoas.
O clima extremo e o alerta global
Meteorologistas afirmam que o tufão Karding se fortaleceu rapidamente devido ao aquecimento das águas do Pacífico, um efeito direto das mudanças climáticas globais.
Segundo o climatologista filipino Renato Solidum Jr., o país vive uma “nova era de supertempestades”:
“Esses fenômenos se formam mais rápido, são mais intensos e imprevisíveis. O mar está mais quente — e isso alimenta monstros atmosféricos.”
O caso reacende o debate sobre refugiados climáticos e a vulnerabilidade de países tropicais diante de eventos meteorológicos extremos.
Esperança em meio aos escombros
Apesar da devastação, a solidariedade floresce entre os sobreviventes.
Milhares de voluntários se mobilizam para distribuir alimentos e roupas. Igrejas abrem suas portas, e crianças ajudam a limpar ruas cobertas de lama.
“Perdi tudo, mas ainda tenho minha vida. E isso é o suficiente para recomeçar”, disse Joana Cruz, que escapou com os três filhos ao subir no telhado minutos antes da onda atingir sua casa.
O governo anunciou que ajuda internacional — incluindo equipes da ONU, Cruz Vermelha e países vizinhos — já começou a chegar ao arquipélago.
Conclusão: um país entre a dor e a reconstrução
Enquanto o mar ainda lambe as ruínas do que restou, as Filipinas se preparam para uma longa jornada de reconstrução.
O medo do próximo tufão paira sobre o horizonte, mas também há resistência — a força de um povo acostumado a enfrentar o inimaginável.
“As Filipinas sempre renascem. Mesmo quando o vento tenta nos derrubar, nós voltamos a erguer nossas casas — e nossos sonhos.”
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