Abalado por escândalos Zelensky enfrenta maior crise política desde o início da guerra
Com investigações atingindo aliados próximos e pressão crescente de Washington por um acordo de paz que favorece a Rússia, Zelensky vive o momento mais delicado de seu governo. Pesquisas indicam queda drástica de popularidade e risco real de derrota em uma eventual eleição.
Abalado por escândalos e pressionado pelos EUA, Zelensky perde força em momento decisivo da guerra
Seis anos e meio depois de assumir a presidência ucraniana com a promessa de renovação e combate às velhas práticas de Kiev, Volodymyr Zelensky enfrenta o momento mais turbulento de seu governo. Em meio ao desgaste da guerra e ao esgotamento da população, o presidente vê sua imagem corroída por dois fronts simultâneos: pressão externa dos Estados Unidos por um acordo de paz que favorece a Rússia e um escândalo de corrupção que atinge figuras-chave de seu círculo político.
A soma desses fatores coloca Zelensky diante de uma crise que muitos analistas já descrevem como “a mais profunda desde o início da invasão”.
Pressão de Washington: paz em troca de concessões dolorosas
A Casa Branca tem intensificado, de forma inédita, a pressão para que a Ucrânia apresente um plano de paz “realista”. Nos bastidores, esse “realismo” significa aceitar concessões territoriais e políticas exigidas por Moscou — uma proposta vista por muitos europeus como uma vitória diplomática de Vladimir Putin.
Para Zelensky, a situação é dupla:
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A Ucrânia depende vitalmente da ajuda militar e financeira americana.
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Mas qualquer concessão pública à Rússia pode acabar de vez com sua popularidade interna.
A mensagem é clara: Zelensky está sendo empurrado para uma mesa de negociações em condições desfavoráveis, enquanto tenta preservar sua imagem de líder resistente.
Escândalo de corrupção rompe narrativa de renovação
Ao mesmo tempo, o presidente enfrenta um terremoto político interno. Investigações recentes revelaram supostos esquemas envolvendo aliados próximos, minando o discurso anticorrupção que o levou ao poder em 2019.
A revelação de contratos superfaturados, desvios em áreas estratégicas e privilégios indevidos reacendeu críticas históricas à política ucraniana — críticas que Zelensky havia prometido enterrar.
Vozes da oposição afirmam que “nada mudou”, e setores que antes apoiavam o presidente já pedem “limpeza total” no governo.
Popularidade em queda: risco real de derrota
Pesquisas internas mostram que, se a eleição presidencial fosse hoje, Zelensky provavelmente perderia. O desgaste da guerra, somado à sensação de estagnação e à nova onda de escândalos, derrubou sua aprovação aos níveis mais baixos desde 2022.
Hoje, o presidente enfrenta um cenário em que a confiança pública se desgasta ao mesmo tempo que a pressão militar da Rússia cresce — e o apoio ocidental dá sinais de fadiga.
Trump no horizonte? Encontro não está descartado
Com os EUA redefinindo sua política externa e Trump novamente em evidência no debate político americano, um possível encontro entre Zelensky e o republicano não está descartado. A reunião poderia redefinir o futuro da guerra — ou intensificar ainda mais a instabilidade que já domina Kiev.
Um presidente cercado por todos os lados
Zelensky entrou para a história como símbolo de resistência, mas hoje enfrenta um cenário no qual cada movimento pode custar apoio, território ou poder. Pressionado por Washington, desgastado internamente e cercado por escândalos, ele encara a fase mais delicada da guerra — e de sua carreira política.
O que acontecer nos próximos meses pode decidir não apenas o futuro da Ucrânia, mas também o próprio destino do presidente que virou símbolo mundial.
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