Ciclone devasta Sudeste Asiático e deixa mais de 118 mortos; enchentes históricas isolam cidades inteiras

Um ciclone tropical que atingiu o Sudeste Asiático ao longo da última semana deixou um rastro de destruição em pelo menos três países, provocando inundações generalizadas, deslizamentos de terra, milhares de desabrigados e mais de uma centena de mortos. Indonésia, Tailândia e Malásia ainda enfrentam condições adversas, enquanto as chuvas continuam e autoridades ampliam alertas de emergência.

Indonésia registra ao menos 61 mortos e procura por desaparecidos se intensifica

Na ilha de Sumatra, uma das regiões mais atingidas pela tempestade, autoridades indonésias confirmaram nesta quinta-feira (27) que 61 pessoas morreram após deslizamentos de terra e enchentes que engoliram vilarejos inteiros. As inundações chegaram a atingir até 2 metros de altura, arrastando casas, veículos e pontes.

Equipes de resgate, com o apoio de voluntários e militares, trabalham dia e noite para localizar sobreviventes e recuperar corpos em meio aos escombros. Em algumas áreas, o acesso só é possível por botes infláveis ou helicópteros, dada a destruição das estradas.

Tailândia vive maior volume de chuva em 300 anos e contabiliza 55 mortes

A situação também é crítica na Tailândia. O governo confirmou 55 mortes, enquanto dezenas de pessoas seguem desaparecidas.

A cidade de Hat Yai, a quinta maior do país, transformou-se em um mar de água barrenta. Na última sexta-feira (21), a região registrou 335 mm de chuva em apenas 24 horas, o maior volume diário em 300 anos, segundo autoridades meteorológicas tailandesas.

Milhares de moradores ficaram ilhados em prédios, escolas e hospitais. Helicópteros lançaram suprimentos em áreas onde o resgate por terra se tornou impossível. A energia elétrica foi interrompida em vários bairros e hospitais operam com geradores de emergência.

Malásia evacua mais de 34 mil pessoas e teme aumento no número de vítimas

Antes de atingir Indonésia e Tailândia, o ciclone passou pela Malásia, onde deixou duas pessoas mortas e obrigou mais de 34 mil moradores a evacuarem suas casas. Com a continuidade das chuvas, o governo malaio emitiu novos alertas de inundação nesta quinta-feira e reconhece que o número de vítimas pode subir.

Abrigos improvisados estão lotados, e as autoridades temem surtos de doenças transmitidas pela água caso as enchentes persistam por mais dias.

Uma semana de devastação sem previsão de melhora imediata

Meteorologistas afirmam que a tempestade começou há cerca de uma semana e ainda não perdeu força o suficiente para descartar novos eventos extremos. O solo encharcado e os rios transbordando tornam a situação especialmente perigosa, aumentando o risco de novos deslizamentos.

Organizações internacionais estão em contato com os governos locais para oferecer ajuda humanitária, enquanto a população afetada enfrenta escassez de água potável, alimentos e medicamentos.