Messias enfrenta resistência no Senado e tenta romper barreira entre evangélicos e opositores

Em movimento estratégico para ampliar apoio político, Messias buscou diálogo com a Frente Parlamentar Evangélica no Senado, mas encontrou forte resistência: a maioria dos 17 senadores do grupo recusou se reunir com ele. Tentativa evidencia isolamento crescente e desafios para avançar pautas no Congresso.

Dezembro 2, 2025 - 11:57
Dezembro 2, 2025 - 12:01
Messias enfrenta resistência no Senado e tenta romper barreira entre evangélicos e opositores
by Isabel Mega

Messias enfrenta resistência no Senado e tenta romper barreira entre evangélicos e opositores

Em uma ofensiva para ampliar seu espaço político e reduzir desgastes no Congresso, Messias tem buscado aproximação com grupos considerados decisivos no Senado. Contudo, seu mais recente movimento revelou um cenário de resistência crescente, especialmente entre parlamentares evangélicos e setores da oposição.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que Messias o procurou pessoalmente para articular um encontro com a bancada. Mas o esforço encontrou um muro imediato: após contatar os 17 senadores que compõem o grupo, Viana relatou que a maior parte rejeitou participar da reunião.

Evangélicos não querem encontro: “clima não é favorável”

Segundo o senador Carlos Viana, o ambiente político dentro da frente evangélica é de cautela e desconfiança em relação a Messias. Embora não tenham divulgado os motivos individualmente, parlamentares teriam avaliado que o momento “não é adequado” para um encontro, sugerindo receio de desgastes ou associações políticas indesejadas.

A recusa representa um golpe simbólico na estratégia de Messias, que enxerga na bancada evangélica um grupo crucial para influenciar votações e equilibrar forças em um Senado cada vez mais fragmentado.

Oposição também fecha as portas

Além dos evangélicos, fontes no Senado indicam que Messias enfrenta dificuldades ainda maiores entre os opositores tradicionais, que têm se organizado para barrar sua agenda. A resistência conjunta desses dois setores cria um impasse que compromete a tentativa do governo de construir uma base mínima para aprovar projetos prioritários.

Parlamentares da oposição veem o movimento de Messias como uma tentativa tardia de aproximação e afirmam que não há disposição para diálogo enquanto não houver “mudanças concretas” na condução política e institucional.

Articulação em crise: sinais de isolamento político

A dificuldade de Messias em atrair apoio revela um cenário interno de isolamento, que analistas já apontavam como tendência nas últimas semanas. A falta de consenso dentro do próprio Senado dificulta votações importantes, impacta a imagem do governo e aumenta a percepção de fragilidade.

Para especialistas, essa resistência ocorre por três motivos principais:

  1. Desconfiança sobre compromissos políticos assumidos anteriormente e não cumpridos;

  2. Pressão externa de lideranças religiosas que preferem manter distância de disputas polarizadas;

  3. Cálculo eleitoral, já que muitos senadores avaliam que alinhar-se a Messias agora poderia trazer custos entre seus eleitores.

Tentativa de reaproximação deve continuar

Apesar do revés, assessores próximos a Messias afirmam que ele pretende insistir na estratégia e buscar encontros individuais com senadores considerados mais influenciáveis ou dispostos ao diálogo. A expectativa interna é de que, se conseguir convencer ao menos parte da bancada evangélica, o movimento possa gerar efeito dominó.

Por enquanto, porém, o recado do Senado é claro: a maioria não quer conversa. Em um momento em que Messias precisa demonstrar força política, o silêncio — e a recusa — dos parlamentares soa mais alto do que qualquer gesto de aproximação.

A batalha por apoio no Senado está apenas começando, mas o primeiro round mostrou que Messias terá um caminho longo e turbulento até conquistar a base de sustentação que deseja.

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