Papa Leão XIV faz apelo histórico no Líbano e convoca líderes religiosos a reconstruírem a paz no Oriente Médio

Em sua primeira viagem internacional como pontífice, Papa Leão XIV visita Turquia e Líbano e convoca líderes cristãos, muçulmanos e drusos a unirem forças pela paz no Oriente Médio. Em meio ao frágil cessar-fogo em Gaza e às tensões entre Israel e Hezbollah, o papa exalta o Líbano como exemplo de convivência e tolerância.

Dezembro 2, 2025 - 11:41
Papa Leão XIV faz apelo histórico no Líbano e convoca líderes religiosos a reconstruírem a paz no Oriente Médio
by Vaticamedia

Papa Leão XIV faz apelo histórico no Líbano e convoca líderes religiosos a reconstruírem a paz no Oriente Médio

O Papa Leão XIV encerra sua primeira viagem internacional com um gesto de grande simbolismo político e espiritual: um apelo contundente para que líderes religiosos de todo o Oriente Médio deixem de lado rivalidades históricas e trabalhem juntos pela paz. A viagem, que incluiu passagens pela Turquia e pelo Líbano, ocorre em um dos momentos mais delicados da região, marcado por um frágil cessar-fogo em Gaza e tensões crescentes entre Israel e o Hezbollah.

Nesta segunda-feira, o pontífice liderou um encontro inter-religioso na Praça dos Mártires, no coração de Beirute — um dos pontos mais simbólicos do Líbano. Ali, sob uma grande tenda montada especialmente para a cerimônia, reuniram-se patriarcas cristãos de diferentes denominações e líderes espirituais sunitas, xiitas e drusos.

Um gesto de união raro no epicentro da tensão regional

O ambiente, marcado por orações, hinos e leituras da Bíblia e do Alcorão, refletiu a mensagem central do Papa: unidade, tolerância e diálogo como instrumentos indispensáveis para conter o avanço da violência que assola a região.

Leão XIV elogiou a tradição libanesa de convivência religiosa, chamando o país de “farol do dom divino da paz” em meio ao caos geopolítico. Ele destacou que, apesar das crises políticas e econômicas, o Líbano segue sendo um espaço onde diferentes fés coexistem e resistem juntas.

“Se o mundo quer enxergar a força da reconciliação, deve olhar para o Líbano. A fé, quando une, tem poder maior que qualquer arma”, declarou o pontífice.

Turquia e Líbano: duas paradas estratégicas

A viagem pela Turquia e pelo Líbano não foi apenas pastoral, mas profundamente diplomática. Ao visitar antigas terras bíblicas, Leão XIV reforçou seu compromisso com a unidade cristã e o diálogo inter-religioso, pilares que pretende consolidar em seu pontificado.

Analistas veem a presença do papa no Oriente Médio como um sinal direto de preocupação do Vaticano com a escalada de tensões na região — especialmente após os confrontos recentes entre Israel e grupos militantes, além da instabilidade política em vários países.

Cessar-fogo em Gaza aumenta urgência do discurso papal

O frágil cessar-fogo em Gaza, ameaçado diariamente por violações e trocas de acusações, trouxe ainda mais peso às palavras de Leão XIV. Em sua fala, ele pediu que todos os envolvidos no conflito “reconheçam a humanidade do outro lado” e reafirmou a necessidade de negociações duradouras que garantam segurança para civis palestinos e israelenses.

Beirute recebe mensagem de esperança em meio à crise

Para o Líbano, que enfrenta uma das piores crises econômicas de sua história, a visita papal foi recebida como um momento raro de esperança coletiva. Líderes locais destacaram que a presença de Leão XIV ajuda a reacender o sentimento de unidade nacional, abalada por anos de instabilidade política, explosões e dificuldades sociais.

“Ele chegou num momento em que o país precisava ser lembrado do que o Líbano representa para o mundo”, afirmou um dos líderes religiosos presentes no encontro.

Uma viagem que pode redefinir a diplomacia religiosa

A primeira grande viagem internacional de Leão XIV mostra um pontífice disposto a assumir protagonismo global diante dos conflitos contemporâneos. Ao escolher o Oriente Médio como sua estreia diplomática, ele envia um recado claro: a paz na região continua sendo prioridade absoluta para o Vaticano.

Se suas palavras terão impacto duradouro, ainda é cedo para dizer. Mas a mensagem foi dada — e ecoou entre cristãos, muçulmanos e drusos: a paz pode ser construída somente quando a fé se torna ponte, e não fronteira.

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