Netanyahu solicita perdão presidencial em meio a julgamento por corrupção e agita política israelense
Enquanto enfrenta três processos por suborno, fraude e abuso de confiança, o primeiro-ministro de Israel enviou ao presidente do país um pedido formal de indulto, alegando que o prosseguimento do julgamento prejudica a governabilidade e a unidade nacional. A decisão acende um debate sobre impunidade e a integridade do sistema judiciário.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu protocolou, neste domingo, um pedido formal de indulto junto ao gabinete do Isaac Herzog, na tentativa de encerrar os processos judiciais que enfrenta por acusações de corrupção, suborno, fraude e abuso de confiança. euronews+1
No documento entregue à Presidência, a defesa de Netanyahu argumenta que os longos julgamentos — em curso desde 2020 — estão minando sua capacidade de governar e fragilizando a unidade nacional, especialmente em um momento de crise regional. Emol+2RTVE+2 Apesar de reconhecer a gravidade da medida, a Presidência de Israel classificou o pedido como “extraordinário” e afirmou que será analisado com atenção, ponderando “implicações importantes”. euronews+1
Netanyahu não admitiu culpa em nenhuma das acusações, e tampouco ofereceu pedido de desculpas — postura que mantém desde o início dos casos. Em sua carta, reafirma inocência, mas afirma que o julgamento prolongado gera divisões profundas no país e corrói a estabilidade política.
Os processos contra ele envolvem escândalos emblemáticos, como alegações de que recebeu presentes de luxo — incluindo champanhe e charutos — de empresários ricos em troca de favores políticos, além de supostas intervenções para influenciar a cobertura da mídia israelense.
A reação na arena política e civil foi imediata. Para muitos críticos, conceder um perdão antes de um veredicto poderia fragilizar as instituições democráticas de Israel e transmitir a ideia de que autoridades estão acima da lei.
Além da polêmica jurídica, o pedido reacende o dilema político do país: enquanto aliados de Netanyahu apoiam a medida como forma de garantir estabilidade, a oposição condiciona qualquer perdão a uma confissão de culpa e à renúncia — ameaçando um possível impasse constitucional.
O momento histórico marca a primeira vez que um premiê em exercício em Israel solicita indulto presidencial num caso de corrupção dessa magnitude, colocando em xeque os valores de transparência e governança num momento delicado para o país.
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