Israel deporta Greta Thunberg após interceptar flotilha rumo a Gaza e aumenta tensão com ativistas internacionais

Em mais um episódio de alta tensão envolvendo a Faixa de Gaza, o governo de Israel deportou a ativista sueca Greta Thunberg e dezenas de outros ativistas internacionais após interceptar uma flotilha que tentava furar o bloqueio marítimo imposto ao território palestino. A ação gerou reações imediatas de entidades de direitos humanos e colocou Tel Aviv sob novos questionamentos internacionais.

Outubro 6, 2025 - 16:23
Outubro 6, 2025 - 16:31
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Israel deporta Greta Thunberg após interceptar flotilha rumo a Gaza e aumenta tensão com ativistas internacionais

Tel Aviv, 6 de outubro de 2025 – A tensão no Oriente Médio ganhou novos contornos nesta semana com a deportação da ativista sueca Greta Thunberg e de dezenas de ativistas internacionais pelo governo de Israel, após a interceptação de uma flotilha humanitária que tentava romper o bloqueio naval imposto à Faixa de Gaza. A operação militar ocorreu em águas internacionais do Mar Mediterrâneo e reacendeu o debate global sobre o cerco à região palestina e os limites da ação israelense.

A bordo da embarcação estavam representantes de organizações ambientais, humanitárias e de direitos humanos de ao menos 15 países. Segundo os ativistas, o objetivo da missão era entregar suprimentos médicos e equipamentos de purificação de água à população de Gaza, duramente afetada por meses de bloqueio e confrontos armados.


Greta Thunberg entre os detidos

O nome mais conhecido entre os detidos era o de Greta Thunberg, reconhecida internacionalmente por sua atuação no combate às mudanças climáticas, mas que nos últimos anos tem ampliado sua atuação para pautas sociais e humanitárias.

Thunberg já havia criticado publicamente a ação militar israelense em Gaza e descrito o bloqueio como “uma punição coletiva inaceitável”. Em vídeos divulgados por integrantes da flotilha antes da interceptação, a sueca aparecia pedindo “coragem da comunidade internacional para defender vidas civis em Gaza”.

Segundo fontes do governo israelense, Greta foi detida temporariamente e, após interrogatório, deportada para Estocolmo sob escolta diplomática. Ela e os demais ativistas foram proibidos de retornar a Israel por tempo indeterminado.


Intervenção militar e resposta oficial

A flotilha foi interceptada por navios da Marinha israelense na manhã de domingo (5), a cerca de 60 milhas náuticas da costa de Gaza. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari, declarou que a ação foi “necessária para proteger a soberania nacional e impedir a entrada não autorizada de pessoas e materiais em território controlado por organizações terroristas”.

“Sabemos que esse tipo de ação pode parecer simbólica, mas não permitiremos que embarcações furtem o bloqueio estabelecido por razões de segurança nacional”, disse Hagari em coletiva de imprensa.

Israel afirma que o bloqueio à Faixa de Gaza é uma medida de segurança contra o Hamas, que controla a região desde 2007. No entanto, ONGs internacionais e o próprio Conselho de Direitos Humanos da ONU já classificaram o bloqueio como ilegal sob direito internacional, alegando que ele atinge de forma desproporcional civis inocentes.


Reações internacionais: condenação e apoio dividido

A deportação de Greta Thunberg gerou repercussão imediata em diversas capitais internacionais. Parlamentares da União Europeia, representantes da Anistia Internacional e membros da ONU condenaram o ato e exigiram esclarecimentos de Tel Aviv.

“Não é aceitável que ativistas pacíficos sejam tratados como criminosos por tentarem levar ajuda humanitária. Greta é um símbolo global da juventude engajada. Essa ação é um tiro no pé para Israel”, disse Monica Devine, porta-voz da Anistia Internacional na Europa.

Por outro lado, aliados históricos de Israel, como os Estados Unidos e o Reino Unido, evitaram condenar diretamente a ação, afirmando que Israel “tem o direito de se defender” e de “proteger suas fronteiras marítimas”.


A estratégia de visibilidade dos ativistas

O uso de figuras públicas como Greta Thunberg em ações como essa tem sido interpretado como uma estratégia dos movimentos civis para chamar atenção global ao que consideram abusos e violações em Gaza. Em entrevista antes da deportação, um dos organizadores da missão afirmou que a flotilha não levava armas ou material perigoso, e que todo o conteúdo havia sido inspecionado por observadores internacionais independentes.

“Queremos mostrar que a solidariedade é mais forte do que os bloqueios. Se ajudar civis é um crime, todos nós somos criminosos”, declarou o ativista francês Julien Lefort, também deportado.


Gaza sob cerco contínuo

A situação humanitária na Faixa de Gaza permanece crítica. Segundo dados recentes da ONU, mais de 80% da população depende de ajuda humanitária para sobreviver, com infraestrutura colapsada, hospitais superlotados e falta crônica de água potável, energia elétrica e medicamentos.

Mesmo com o cerco internacional à atuação do Hamas, organizações civis continuam exigindo que o bloqueio não penalize a população, especialmente mulheres, crianças e idosos que não têm relação direta com os conflitos armados.


Conclusão

A deportação de Greta Thunberg e de outros ativistas marca mais um capítulo da complexa e polarizada disputa em torno da Faixa de Gaza, onde política, segurança, direitos humanos e ativismo global colidem diariamente. Para uns, Israel agiu dentro do seu direito soberano. Para outros, o episódio simboliza o silenciamento de vozes pacíficas que buscam aliviar o sofrimento civil.

O gesto de Greta, independentemente das interpretações políticas, reforça uma mensagem: a crise em Gaza segue viva, e o mundo não pode mais olhar para o outro lado.

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