Rússia avança no sul da Ucrânia e intensifica ofensiva em múltiplas frentes: tropas de Moscou cercam posições em meio à neblina e caos

O exército russo lançou uma ofensiva surpresa na região de Zaporizhzhia, conquistando três assentamentos estratégicos em meio a forte neblina e combates brutais. Enquanto isso, o norte e o leste da Ucrânia enfrentam novos ataques, ampliando o campo de batalha e colocando Kiev sob pressão crescente.

Novembro 13, 2025 - 15:48
Novembro 13, 2025 - 15:54
Rússia avança no sul da Ucrânia e intensifica ofensiva em múltiplas frentes: tropas de Moscou cercam posições em meio à neblina e caos
By Tyler Hicks

Kiev, Ucrânia — A guerra no leste europeu entrou em uma nova fase de tensão e brutalidade. O exército russo lançou um ataque coordenado no sul da Ucrânia, tomando de assalto três assentamentos estratégicos na região de Zaporizhzhia, enquanto forças adicionais abriram novas frentes de combate no nordeste do país.

De acordo com o comandante-chefe das forças ucranianas, general Oleksandr Syrskyi, a ofensiva russa ocorreu sob forte neblina, o que teria permitido infiltrações rápidas e ataques surpresa contra posições ucranianas. “As tropas inimigas usaram o terreno e as condições climáticas a seu favor, avançando silenciosamente sob a cobertura da névoa”, relatou o general em mensagem publicada no Telegram.

A ofensiva marca uma nova escalada no conflito, já em seu terceiro ano, e indica que Moscou pretende retomar a iniciativa militar após meses de estagnação nas linhas de frente.

Fontes militares ucranianas afirmam que batalhas intensas e exaustivas ocorrem nas redondezas de Robotyne e Verbove, dois pontos considerados vitais para o controle da rota que liga Zaporizhzhia à Crimeia — território anexado pela Rússia em 2014.

“Cada metro de terra está sendo disputado com sangue. Os russos atacam em ondas, e nossos soldados resistem com tudo o que têm”, declarou um comandante ucraniano no campo de batalha, sob condição de anonimato.

A ofensiva também coincide com ataques simultâneos nas regiões de Kupiansk e Lyman, no nordeste da Ucrânia, onde as forças russas intensificaram o uso de artilharia pesada e drones kamikaze. Segundo analistas militares, o movimento faz parte de uma estratégia de pressão múltipla, destinada a forçar Kiev a dispersar suas tropas e reduzir sua capacidade de contra-ataque.

Enquanto isso, imagens de satélite e vídeos publicados por civis mostram colunas de tanques russos avançando sob densa fumaça e campos devastados. Explosões ecoam em toda a linha do front, e sirenes de alerta aéreo voltaram a soar em cidades próximas à zona de conflito.

O governo ucraniano reconheceu a dificuldade da situação, mas afirmou que as forças armadas continuam mantendo o controle de posições-chave. “Estamos enfrentando uma ofensiva de larga escala, mas o moral das tropas permanece alto”, disse Andriy Yusov, porta-voz da inteligência militar de Kiev.

Especialistas alertam que o avanço russo em Zaporizhzhia pode representar um golpe simbólico e estratégico para a Ucrânia, já que a região abriga uma das maiores usinas nucleares da Europa — e qualquer combate nas proximidades aumenta o risco de um acidente de proporções catastróficas.

“A Rússia está testando os limites da resistência ucraniana e, ao mesmo tempo, a paciência do Ocidente”, afirmou o analista militar Pavel Klimenko, de Varsóvia. “Se Kiev não receber reforços rapidamente, essa ofensiva pode se transformar em uma virada de maré no conflito.”

Enquanto isso, Moscou celebra as vitórias parciais, afirmando que suas tropas estão “libertando territórios ocupados pelo regime de Kiev”, segundo nota divulgada pelo Ministério da Defesa russo.

Em Kiev, o clima é de apreensão. O presidente Volodymyr Zelensky cancelou compromissos diplomáticos e reuniu seu alto comando militar em uma sessão de emergência. Fontes do governo indicam que novas medidas de mobilização e recrutamento poderão ser anunciadas nos próximos dias.

A guerra, que já custou centenas de milhares de vidas, mostra sinais de intensificação, e os civis continuam pagando o preço mais alto. Em Zaporizhzhia, famílias inteiras fogem sob bombardeios incessantes, enquanto comboios humanitários lutam para alcançar as zonas devastadas.

No horizonte cinzento do sul da Ucrânia, a fumaça se mistura à neblina — símbolo sombrio de um conflito que, longe de cessar, parece apenas ganhar força.

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