Trump manifesta interesse em carne da Argentina para forçar queda de preços nos EUA
Em meio à disparada no preço da carne nos supermercados americanos, Donald Trump declara que pode recorrer à importação de carne da Argentina para conter a inflação alimentar. A medida polêmica vem enquanto os EUA articulam uma linha de crédito bilionária para fortalecer a moeda argentina.
Trump ameaça importar carne da Argentina para forçar queda de preços nos EUA
Diante da escalada nos preços da carne bovina nos Estados Unidos, o ex-presidente e candidato à reeleição Donald Trump declarou, nesta semana, que poderá autorizar a importação em larga escala de carne da Argentina como forma de pressionar os preços no mercado interno americano.
A declaração, que repercutiu amplamente entre produtores rurais e analistas econômicos, reforça a preocupação do republicano com a inflação alimentar – tema sensível entre os eleitores às vésperas da eleição presidencial de 2026.
“Se os preços da carne continuarem subindo, vamos comprar da Argentina. É simples. Vamos proteger o bolso dos americanos”, afirmou Trump em um comício no estado de Iowa, um dos principais centros da pecuária nos EUA.
A proposta vem no mesmo momento em que o governo norte-americano estuda oferecer uma linha de crédito de até US$ 20 bilhões à Argentina para ajudar o país sul-americano a estabilizar sua economia e fortalecer o peso, sua moeda nacional. O movimento, segundo fontes da Casa Branca, busca também estreitar laços estratégicos com o governo argentino em meio a tensões comerciais globais.
Críticas e apoio
A ideia de importar carne de um dos maiores produtores mundiais, como a Argentina, dividiu opiniões. Associações de pecuaristas americanos reagiram com cautela, temendo que a concorrência externa afete a produção nacional. Já setores do comércio e grandes redes de supermercados receberam bem a possibilidade, apostando na queda dos preços ao consumidor.
Economistas alertam, no entanto, que o impacto da medida pode ser limitado, dado o tempo necessário para implementar novos acordos comerciais e a logística de importação em larga escala.
Ainda assim, a fala de Trump reforça sua estratégia eleitoral de apelo direto ao consumidor médio, prometendo soluções rápidas e assertivas para questões que afetam o dia a dia dos americanos.
Relações EUA–Argentina em novo capítulo
Caso a importação de carne argentina avance, será mais um passo na crescente cooperação entre os dois países. A Argentina, que luta para recuperar a credibilidade internacional e estabilizar sua economia, vê com bons olhos a abertura do mercado americano para seus produtos, especialmente em um momento de valorização de commodities e busca por divisas.
Com a carne no centro de uma nova disputa política e econômica, o prato do americano comum pode, em breve, carregar mais do que apenas proteína — mas também um tempero geopolítico inusitado.
Qual é sua reação?