Aumenta numero de mortos e feridos após incêndio em complexo residencial que deixa 75 mortos e centenas de desaparecidos
O maior incêndio em três décadas em Hong Kong devastou um complexo de arranha-céus, deixando 75 mortos, mais de 70 feridos e centenas de desaparecidos. As chamas, que já duram mais de 24 horas, teriam começado em andaimes de bambu usados em reformas externas. As autoridades prenderam três suspeitos.
Tragédia sem precedentes em Hong Kong: 75 mortos e centenas de desaparecidos após incêndio consumir complexo de arranha-céus
Um dos piores desastres urbanos da história recente de Hong Kong chocou a cidade nesta quarta-feira (26), quando um incêndio de proporções catastróficas atingiu um vasto complexo de arranha-céus residenciais, deixando 75 mortos, 72 feridos e centenas de desaparecidos, segundo autoridades locais.
As chamas — descritas por bombeiros como “incontroláveis e imprevisíveis” — continuaram a ser combatidas durante toda a madrugada e seguiam ativas nesta quinta (27), quase 30 horas após o início do fogo. Moradores foram surpreendidos dentro de apartamentos, muitos deles presos em corredores bloqueados ou janelas envoltas em fumaça tóxica.
O início do fogo: estrutura de bambu pode ter funcionado como combustível
As primeiras investigações apontam que o incêndio pode ter começado na estrutura de andaimes de bambu que envolvia parte dos edifícios, onde operários trabalhavam em obras de manutenção. O bambu — tradicional na construção em Hong Kong — teria se transformado em uma imensa fonte de combustão vertical, espalhando o fogo rapidamente pelos andares superiores.
Testemunhas relataram que o fogo subiu “como se fosse um fósforo gigante”, passando de um bloco a outro do complexo.
Resgate dramático: moradores presos e operações arriscadas
O Corpo de Bombeiros de Hong Kong descreveu uma das operações mais delicadas já realizadas na cidade. Diversos moradores ficaram encurralados em apartamentos trancados, sem rota de fuga, enquanto a fumaça tomava os corredores.
Bombeiros usaram guindastes e cordas para alcançar varandas nos andares mais altos e romper janelas em meio às labaredas. Helicópteros foram acionados para resgates no terraço de alguns prédios, mas em vários blocos o acesso foi considerado impossível.
Familiares se aglomeraram ao redor do complexo na esperança de notícias, enquanto centenas de pessoas permaneciam desaparecidas — um número que pode aumentar à medida que equipes avançam pelos andares tomados pelo fogo e pelos escombros.
Três suspeitos presos; investigação aponta possíveis irregularidades
A polícia confirmou a prisão de três pessoas suspeitas de envolvimento no caso. As autoridades não divulgaram detalhes, mas a investigação trabalha com a hipótese de negligência grave, possivelmente relacionada à obra em andamento nos andaimes.
Moradores já vinham relatando, há semanas, falhas no sistema de alarmes de incêndio e acúmulo de materiais inflamáveis próximos às áreas de obras. A empresa responsável pela reforma será convocada para prestar esclarecimentos.
Maior incêndio em 30 anos e impacto social devastador
Este é oficialmente o incêndio mais mortal em Hong Kong em três décadas, superando tragédias que já haviam marcado o passado da cidade. Especialistas apontam falhas na combinação entre edifícios superpopulosos, reformas simultâneas e materiais altamente inflamáveis.
Abrigos temporários foram montados por toda a região para receber desabrigados, e equipes de saúde mental foram mobilizadas para atender sobreviventes em choque.
Cidade em luto e questionamentos sobre segurança
Autoridades afirmam que a prioridade é localizar desaparecidos e controlar definitivamente o incêndio, mas o debate público já se volta para questões de segurança, regulamentação de andaimes e fiscalização de obras em grandes centros residenciais.
A tragédia reacende um alerta antigo: mesmo em uma metrópole moderna como Hong Kong, riscos estruturais podem transformar segundos de descuido em catástrofes incontroláveis.
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