Washington, D.C. — O noticiário político norte-americano foi sacudido nesta quinta-feira após a CBS News divulgar que militares dos Estados Unidos teriam apresentado ao ex-presidente Donald Trump diferentes cenários de ataque contra a Venezuela em uma reunião de alto nível realizada na Casa Branca.
O encontro, segundo a emissora, ocorreu em uma sala reservada e reuniu algumas das figuras mais poderosas da estrutura militar e estratégica norte-americana: o secretário da Guerra, Pete Hegseth, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, além de outros assessores de segurança e inteligência.
O encontro que acendeu alarmes
De acordo com a CBS, a reunião aconteceu na quarta-feira (12) e foi marcada por um clima de gravidade incomum. Fontes próximas ao Departamento de Defesa — citadas pela emissora — afirmam que foram apresentadas múltiplas possibilidades operacionais, variando de ações limitadas de precisão até operações de maior escala.
Embora a emissora não tenha detalhado os planos, analistas em Washington sugerem que poderiam envolver:
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ataques cirúrgicos a instalações militares estratégicas,
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operações navais de bloqueio,
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ações direcionadas contra alvos considerados de “interesse de segurança nacional”.
Nenhuma decisão teria sido tomada, mas o simples fato de tais discussões terem sido apresentadas ao presidente desencadeou forte reação entre especialistas em política externa.
“Um movimento que pode redesenhar a geopolítica regional”
Para observadores internacionais, o vazamento representa uma das sinalizações mais sérias de que, à época, setores do governo norte-americano consideravam um engajamento militar direto na crise venezuelana.
“Só o fato de os cenários terem sido levados à mesa presidencial já demonstra o nível de tensão e o grau de pressão que existia sobre a Venezuela naquele momento”, afirma a pesquisadora de política externa Evelyn Horst, da Universidade de Georgetown.
Segundo ela, o debate não apenas teria consequências devastadoras para a estabilidade da América do Sul, como poderia arrastar os Estados Unidos para um conflito regional sem precedentes no século XXI.
O mistério sobre o conteúdo da reunião
A Casa Branca não comentou especificamente a reportagem, limitando-se a afirmar que “todas as opções estavam sempre sobre a mesa” quando se tratava da política externa do governo. A Venezuela, por sua vez, reagiu de forma cautelosa, classificando a informação como “grave” e “profundamente preocupante”, mas afirmando que o país estava preparado para se defender.
Fontes do Pentágono afirmaram à CBS que o encontro foi apenas “exploratório”, mas outras vozes dentro da própria estrutura militar argumentaram que a apresentação de cenários de ataque não ocorre “sem motivo estratégico real”.
Reação internacional
Governos latino-americanos expressaram inquietação. Diplomatas de países vizinhos temem que a simples menção de uma intervenção militar americana possa reacender tensões regionais, especialmente em uma América do Sul politicamente fragmentada.
Na ONU, analistas comentam que qualquer operação militar dos EUA contra a Venezuela teria repercussões globais, podendo influenciar relações com Rússia, China e blocos multilaterais.
Uma história ainda em desenvolvimento
A revelação da CBS News reacende um debate que, por anos, circundou o governo Trump: até que ponto a Casa Branca realmente considerou ações militares na América do Sul? E qual era o papel dos setores militares que supostamente impulsionavam tais discussões?
Embora nenhuma decisão tenha sido tomada, a divulgação coloca novamente sob os holofotes a relação entre política externa, pressão militar e instabilidade geopolítica — uma combinação que pode redefinir o equilíbrio diplomático em todo o continente.