Europa pressionada: Ucranianos exigem voz europeia em novo plano de paz proposto por Trump

Em meio ao avanço das discussões internacionais sobre o controverso plano de paz sugerido por Donald Trump, moradores de Kiev reforçam que a Europa precisa assumir papel central nas negociações. A população teme concessões territoriais e alerta que excluir aliados europeus pode comprometer a segurança e o futuro da Ucrânia.

Novembro 26, 2025 - 12:09
Novembro 26, 2025 - 14:22
Europa pressionada: Ucranianos exigem voz europeia em novo plano de paz proposto por Trump
Global Images Ukrane

Ucranianos cobram presença europeia em negociações do plano de paz sugerido por Trump e rejeitam qualquer cessão territorial

Kiev — As ruas da capital ucraniana fervilharam nesta semana com manifestações e discursos apaixonados após a circulação de novas informações sobre o plano de paz que Donald Trump estaria articulando para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia. Embora os detalhes oficiais ainda sejam mantidos sob sigilo, a simples menção de possíveis concessões territoriais reacendeu um sentimento de urgência entre os ucranianos: a Europa precisa estar dentro das negociações — e não apenas como observadora.

Para muitos moradores, deixar o continente de fora seria um erro estratégico grave. “A guerra não atinge só a Ucrânia; é uma ameaça direta à segurança europeia”, afirmou Olena K., professora de Kiev que participa de assembleias públicas desde o início da invasão russa. “Qualquer acordo que ignore nossos aliados europeus abre espaço para decisões que não refletem os interesses de quem está na linha de frente.”

Preocupação com pressão internacional e temor de barganhas territoriais

Vários analistas internacionais apontam que um plano elaborado sem a participação plena da União Europeia poderia enfraquecer a posição diplomática da Ucrânia. A inquietação entre os cidadãos reflete justamente esse temor: que um acordo costurado às pressas, especialmente sob pressão externa, force o país a abrir mão de áreas ocupadas pela Rússia.

“Não podemos negociar nosso território como se fosse uma ficha de pôquer”, protestou Mykola S., veterano voluntário de defesa territorial. “Cada pedaço de terra perdido representa famílias destruídas e cultura apagada. A Europa conhece essa história e deve estar ao nosso lado para impedir que se repita.”

Europa como pilar de segurança e estabilidade

Desde o início da invasão, a Europa tem sido um dos principais pilares de apoio militar, econômico e humanitário para Kiev. Para muitos ucranianos, excluir o bloco das negociações seria desconsiderar o papel decisivo que a União Europeia desempenhou — e continua a desempenhar — na resistência contra Moscou.

Diplomatas europeus, por sua vez, já indicaram informalmente que qualquer acordo que não garanta a soberania ucraniana e a estabilidade da região será visto com grande desconfiança.

Ucranianos esperam transparência e participação ativa

Entre pedidos por mais clareza e receio de manobras geopolíticas, a mensagem que ecoa em Kiev é clara: a Ucrânia não aceita ser tratada como espectadora do próprio destino. Enquanto o mundo aguarda os próximos passos de Washington e Moscou, os ucranianos intensificam o apelo para que seus aliados europeus ocupem o lugar que acreditam ser indispensável.

“Nosso futuro não pode ser decidido a portas fechadas”, resume Olena. “A paz só será legítima se construída com todos que lutaram — e continuam lutando — ao nosso lado.”

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